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As pessoas que passavam xingavam ela de “macaca”: as facetas do racismo em textos infantis 1 1 Editor responsável: Helena Sampaio https://orcid.org/0000-0002-1759-4875 2 2 Normalização, preparação e revisão textual: Vera Lúcia Fator Gouvêa Bonilha verah.bonilha@gmail.com

Resumo

Como alunos de escolas públicas representam as manifestações de racismo em textos? Por meio da análise da polifonia, foram escrutinadas as nuances do preconceito racial presentes em relatos pessoais de alunos do sexto ano de uma escola pública. Considerar a divisão do locutor permitiu ver como o racismo comparece nas palavras das crianças de 10 a 12 anos. O insulto racial foi a principal marca de racismo reportado. Entretanto, ele nunca aparece na voz do narrador do texto, mas sim, na de outros enunciadores. Percebe-se que as crianças julgam erradas as manifestações racistas, censurando sua ocorrência. Elas são incluídas, entretanto, nas vozes alheias incorporadas nos textos. Conclui-se que a Teoria Polifônica da Enunciação é uma ferramenta útil para aprofundar a compreensão do discurso racista.

Palavras-chave
escrita; relatos; racismo; insulto racial; polifonia

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